Robótica, inteligência artificial, internet das coisas, nuvem, metaverso e a 4ª revolução industrial na nossa frente! Muito se fala sobre a indústria 4.0 e seus efeitos sobre as atividades rotineiras das pessoas. Devido ao impacto significativo na produtividade, aumento de eficiência no uso de recursos e integração de cadeias de valor, observa-se uma iminente transformação na gestão empresarial. E é aí que entra a qualidade, através da implantação da estratégia para que todas estas mudanças sejam gerenciadas no dia a dia.
Afinal, qual o papel do engenheiro dentro deste contexto? Passa a ser mais importante ou menos? O que precisamos saber para nos prepararmos visto que na faculdade pouco se fala de gestão e qualidade?
Calma, respira, e segue aqui que vou te ajudar a entender um pouco melhor esta história!
Gestão e Qualidade 4.0
Devido a aceleração das tecnologias e transformação digital, muito afetada pela pandemia do covid-19, se faz necessário uma transformação profunda na forma de gerenciar as organizações.
Atualmente, os modelos de excelência de gestão mais modernos possuem o foco no potencial de alcance, e não mais nas boas práticas que garantiram o resultado até então. Também chamado de “gestão do futuro” ou “modelo de gestão 4.0”, tem a liderança como ponto centralizador do sucesso.
Mas o que isso tem relação comigo, se sou apenas engenheiro (a) e devo me preocupar com a parte técnica?
Engana-se quem pensa que o engenheiro (a) apenas se relaciona com a técnica e ferramentas práticas de execução. Na grande maioria das organizações, o engenheiro (a), independente da sua especialidade, é um gestor (aquele que gerencia um processo) ou um líder (aquele que gerencia pessoas dentro de um processo).
Nesta nova forma de pensar e agir, é importante ressaltar algumas questões que passam a ser fundamentais para o bom andamento das atividades rotineiras e alcance de resultados sustentáveis. A gestão e faz parte deste contexto e tem como base conceitual a qualidade 4.0.
Enfoques
- Enxuto e Adequado: não há mais espaços para desperdícios e retrabalhos.
Novos processos, cada vez mais eficientes, tendem a minimizar estes custos operacionais. O desafio é aliar o conhecimento adquirido dos processos pelas pessoas e inseri-lo na programação das automatizações. Lembre-se: bagunça automatizada vira caos, então primeiro prepara-se a base e depois vamos com tudo para a evolução tecnológica.
- Digital e Ágil: é um caminho sem volta.
O mundo BANI (já traduzido como Frágil, Ansioso, Não linear e Incompreensível) nos acompanhará permanentemente e lutar contra a cultura ágil é ficar parado no tempo. Porém, é importante que o engenheiro (a) tenha em mente os conceitos e as boas práticas que funcionam hoje na sua organização, e utilize como base para propor melhorias. Processos podem ser mais ágeis se redesenhados, reavaliados, repensados e focados no valor que trazem para o cliente.
Dica: comece pela sua mentalidade, e depois trabalhe no método.
- Efetivo, Eficiente e Eficaz: os 3 E”s seguem sendo a base da melhoria contínua. Para facilitar a compreensão:
Eficaz – realização, fazer o que precisa ser feito;
Eficiente – rendimento, fazer da forma mais rentável possível;
Efetivo – excelência, gera o resultado desejado.
- Colaborativo e Compliance: são questões focadas nas partes interessadas da organização, tanto no âmbito interno quanto externo.
Interno – pessoas, acionistas;
Externo – comunidade, fornecedores, parceiros, academias, órgãos reguladores.
É importante a definição de diretrizes, regras e códigos, que sejam claros e difundidos regularmente entre as partes interessadas. Somente assim o processo colaborativo é eficaz e traz benefícios para ambos.
- Sustentável e Adaptativo: foco na continuidade.
Planejar, executar, errar e aprender rapidamente. Esta será a constante busca de todas as organizações e todos os profissionais nos próximos anos. E claro, práticas ESG (já traduzido como Ambiental, Social e Governança) já alinhadas aos objetivos do sistema de gestão da qualidade, integradas e sendo acompanhadas junto aos indicadores de desempenho das empresas.
O engenheiro (a) sempre foi e sempre será uma referência dentro das organizações, profissional de vanguarda e bem valorizado. Para que esta afirmativa siga válida, precisamos estar adaptados aos novos desafios do mercado e voltados para a excelência. Como não existe excelência sem qualidade, aproveite e estude o máximo que puder sobre o assunto. Após, aplique no seu dia a dia de acordo com o contexto da empresa na qual você se encontra.
Afinal, todo engenheiro (a) é um gestor! Acostume-se com isso!
Se você gosta de liderar e de gestão da qualidade, já pensou em se um Engenheiro (a)da Qualidade? Dá uma olhada neste artigo que escrevi falando um pouco mais sobre esta possibilidade de carreira dentro da engenharia. Boa leitura e até a próxima!