Primeiramente, é possível dizer que sim, as mulheres sofrem preconceito na engenharia. Infelizmente em 2021 ainda é possível notar isso. Não se trata de um “mimimi” e sim de uma realidade quem alguns aceitam e veem e alguns que fecham os olhos e fingem que não existe. Bora conferir mais sobre as mulheres do Agro!
Dados delas no agro!
Antes de mais nada, vamos conhecer os dados que temos acesso sobre essas guerreiras do Agro. Dessa forma, segundo a EMBRAPA, O número de mulheres dirigindo propriedades rurais no Brasil alcançou quase 1 milhão. O Censo Agropecuário de 2017, identificou 947 mil mulheres responsáveis pela gestão de propriedades rurais, de um universo de 5,07 milhões.
Onde maioria estão nas regiões:
- Nordeste (57%);
- Sudeste (14%);
- Norte (12%);
- Sul (11%) e;
- Centro-Oeste 6%.
Onde juntas, elas administram cerca de 30 milhões de hectares, o que corresponde apenas a 8,5% da área total ocupada pelos estabelecimentos rurais no país. Os dados foram obtidos a partir de um trabalho conjunto entre o MAPA, a Embrapa e o IBGE, no âmbito de um Termo de Compromisso assinado entre as três instituições por intermédio do Programa Agro Mais Mulher.
Além disso, os estudos apontaram também que apenas 9,6% das mulheres obtêm informações técnicas através de reuniões técnicas ou seminários, enquanto entre os homens, a porcentagem é de 14,3%. Assim sendo, no que se refere à participação em atividades associativas, como cooperativas, apenas 5,3% são cooperadas, enquanto 12,8% dos homens participam de algum tipo de associação.
Atividades Econômicas
Rainhas do Agro
1- Johanna Döbereiner
Primeiramente, vamos falar da Johanna Döbereiner. Nascida em Aussig, Checoslováquia. Seu pai, mudou-se com a família para a capital quando ela ainda era pequena, e foi professor de Química na Universidade de Praga. Ela era também proprietário de uma pequena fábrica de produtos químicos de uso na agricultura.
Terminada a Segunda Guerra Mundial, a população de língua alemã foi intensamente perseguida na Checoslováquia – os que sobreviveram foram expulsos do país. Foi o que aconteceu com Johanna, que seguiu com os avós para a Alemanha Oriental, onde trabalhou, em uma fazenda, ordenhando vacas e espalhando esterco para adubar o solo.
Em 1947 iniciou o curso de Agronomia na Universidade de Munique. Em 1950 , seguindo os passos do pai, emigrou para o Brasil, com uma recomendação para o Serviço Nacional de Pesquisa Agropecuária, onde começou a trabalhar em Microbiologia do Solo.
No Brasil
Ao chegar ao Brasil, em 1951, a doutora Johanna começou a trabalhar no Laboratório de Microbiologia de Solos do antigo DNPEA, do Ministério da Agricultura. Em 1957 era pesquisadora assistente do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e, em 1968, pesquisadora conferencista
Johanna Döbereiner iniciou um programa de pesquisas sobre os aspectos limitantes da fixação biológica de nitrogênio (FBN) em leguminosas tropicais. O programa brasileiro de melhoramento da soja, iniciado em 1964, foi influenciado pelos trabalhos de Johanna Döbereiner, tendo representado, na época, uma quebra de paradigma.
Os estudos da Dra. Johanna permitiram que a fixação do nitrogênio pelas plantas fosse feita pela bactéria rhizobium. Dessa forma, a soja gerava seu próprio adubo.
A alternativa brasileira de estabelecer simbioses eficientes com rizóbios permitiu a eliminação dos adubos nitrogenados na cultura da soja, o que representa uma economia anual de mais de 2 bilhões de dólares para o Brasil. Foi assim que os produtores brasileiros de soja puderam ver diminuídos seus custos de produção e a soja conseguiu competir com sucesso no mercado internacional.
Johanna Döbereiner naturalizou-se brasileira em 1956. Morreu aos 75 anos, no dia 5 de outubro de 2000, em Seropédica, interior do Estado do Rio de Janeiro.
2 – Tereza Cristina
Tereza Cristina é uma agrônoma que venceu o preconceito na política e virou ministra da Agricultura no Brasil. Ela foi capaz de arrancar elogios do presidente Jair Bolsonaro. Ela ainda tem a admiração escancarada de um setor dominado por homens, o agronegócio, e não se intimida com isso.
“Aprendi a trafegar por mundos onde o homem sempre foi maioria. Isso não me incomoda, ao contrário, sempre fez com que eu me dedicasse mais para fazer melhor que eles”, disse à Globo Rural.
Logo após a graduação, em meados de 1980, Tereza voltou à sua terra natal e assumiu os negócios da família.
“Fui testada o tempo todo, até mostrar que sabia o que estava fazendo e que não tinha tempo ruim. Lembro de subir no trator com um barrigão de nove meses.”
Tereza foi a segunda presidente mulher da Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), a famosa bancada ruralista, um dos grupos políticos mais fortes (e masculinos) do país.
“O meio político é extremamente preconceituoso com as mulheres, mas eu não iria abaixar a cabeça”.
3 – Mariana Vasconcelos
Uma jovem empreendedora que fundou uma startup milionária no agro, Mariana Vasconcelos é CEO da Agrosmart, uma empresa que desenvolve ferramentas para monitorar lavouras.
Essa mineira, aos 28 anos, a CEO da Agrosmart, fundou em 2014 junto com dois amigos de infância uma das maiores startup do agro Brasileiro e Mundial. Atualmente ela dirige uma startup com faturamento previsto de R$ 300 milhões em 2024, e desde que foi fundada, a empresa recebeu R$ 32 milhões em recursos em duas rodadas de investimento.
“Há muito mais esposas em eventos do agro do que mulheres à frente dos negócios”.
4- Minhas professoras
Assim sendo, é com muita emoção que falo sobre elas. Aprendi muito e devo a elas muito conhecimento que obtive em minha vida até hoje. Na creche para o primeiro desenvolvimento, no ensino básico, no ensino médio e no ensino superior.
Dessa forma, todos os profissionais do agro, tiveram aulas e aprenderam com muitas heroínas e que seremos eternamente gratos. E posso dizer que elas superam muito grandes homens que dividem a sala de professores.
Ou seja, sou grato a vocês minhas professoras, da Creche leãozinho, do parque avenida (Alba Luci), do Bulcão Viana, e do IFC- Santa Rosa do Sul. Serei eternamente grato a vocês.
5 – Minhas Rainhas
Portanto, para fechar este artigo é claro que não vou me esquecer delas. Minhas avós, mãe, tias, primas e minha mulher. Devo muito a vocês, que me ensinaram muito do que sei hoje.
Entretanto, não caberia neste artigo tudo que queria falar de vocês. Vocês me dão muito apoio e força para continuar firme. E por isso dedico a vocês este artigo.
E respondendo a pergunta do título, digo que não seriamos nada sem elas nesse setor.
Feliz dia das mulheres a todas vocês, e as do agro falo para jamais pararem de lutar!
Baseado em Texto da EMPRABA e Globo Rural.
Próximos 10 anos do Agro, sabe mais aqui!