O oceano é um só e conecta o planeta todo. Não, não estamos falando do primeiro princípio da cultura oceânica segundo a ONU.
Sua internet depende do mar, sendo que mais de 99% da nossa comunicação na internet depende de cabos submarinos que estão pelo mundo todo.
Mas calma, nós não desenvolvemos satélites, 4G e WI-FI? Cadê a nuvem?
O oceano nos conecta através de nuvem, que se encontra debaixo do mar, passando por vents submarinos e animais que nós nem imaginamos.
O nosso sinal “ sem fio” só vai até a torre mais próxima, para depois voltar para a fiação debaixo da terra (e do mar).
Esses cabos surgiram em 1811, quando o primeiro cabo elétrico foi instalado no rio Isar, na Alemanha. Mais de um século depois, em 1954, o primeiro cabo comercial foi instalado no Mar Báltico, ligando a Suécia e a Ilha de Gotland. Desde então, os cabos submarinos, continuaram a se espalhar por todo o mundo e ainda hoje são tecnologias de ponta.
A grande vantagem?
Os cabos são muito usados em terra também, seja para enviar uma mensagem da Florida para Toronto ou para Recife.
Mas isso não vem sem impactos!
Esses cabos podem causar perturbações na vida marinha e nos habitats assim como qualquer outra instalação feita pelo homem ou atividade humana no mar.
Os impactos acontecem, principalmente durante a instalação, manutenção e descomissionamento dos cabos, feita com navios. Esses efeitos podem incluir danos ou perda de habitat, poluição química e sonora, emissão de calor, mudanças nos campos eletromagnéticos, risco de emaranhamento e criação de recife artificial e efeitos de reserva (proteção da área de instalação).
De modo geral, os impactos ecológicos associados aos cabos podem ser considerados fracos ou moderados, embora muitas incertezas permaneçam e necessitem de mais estudos.
Pesquisas recentes mostram que as melhorias tecnológicas (enterramento de cabos ou proteção) proporcionam mais segurança (para humanos e para a fauna), pois diminui o risco de emaranhamentos e de curiosos.
E sabe quem adora morder um cabinho?
Os tubas! Isso mesmo, os tubarões. Eles vem causando problemas com cabos a décadas!
Pesquisadores acreditam que os animais são atraídos pelo campo magnético dos cabos, que conseguem perceber pelas Ampolas de Lorenzini. Mas talvez eles também sejam só curiosos. Se de repente tivesse um pedaço comprido de plástico passando no meio da sua casa, o que você iria fazer?
Desde que os cabos começaram a ser enrolados em Kevlar, um tipo de plástico, os incidentes diminuíram muito.
Veja só quantos cabos existem no mundo:
Segundo o TeleGeography são 1,2 milhão de km de cabos, o suficiente para dar 300 voltas na Terra. Você pode ver o mapa interativo e as empresas responsáveis por cada um em www.submarinecablemap.com.
Então está aí mais um motivo para agradecer ao oceano que nos une!
Achou interessante? Ajude-nos a divulgar como o oceano nos conecta!
Fontes: The Undersea Network, livro de Nicole Starosielski, professora da NYU, Melissa Cristina Márquez, bióloga marinha em reportagem para Forbes, e artigo científico A review of potential impacts of submarine power cables on the marine environment: Knowledge gaps, recommendations and future directions.
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