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James Webb: O Telescópio que olha o passado e direciona o futuro!

A descoberta pelo o que aconteceu no passado, como o sistema solar foi formado, as interações de planetas, buracos negros e galáxias são questionamentos feitos a muito tempo, porém isso pode começar a mudar com o Telescópio Espacial James Webb.

Fases do Projeto

A construção do James Webb se iniciou em 1996, com um custo aproximado de 500 milhões de dólares e com previsão de lançamento em 2007. Em virtude de uma serie de atrasos com o projeto e alterações na construção do mesmo foram adiando mais o seu lançamento.

Em 2011 o projeto quase foi cancelado devido a falta de verba. No ano de 2018 durante alguns testes seu escudo de calor foi danificado, o que postergou seu lançamento.

Por fim, no dia 25 de dezembro de 2021, com um custo de 10 bilhões de dólares o Telescópio Espacial James Webb foi lançando ao espaço com uma parceria entre a NASA, ESA (Agência Espacial Europeia) e CSA (Agência Espacial Canadense) na base espacial de Kourou, na Guiana Francesa.

Devido a sua distância, uma vez lançando não se poderia fazer qualquer tipo de reparo indo até o telescópio. Um dos principais desafios encontrados pelos desenvolvedores foi seu tamanho, o telescópio não poderia ir montado ao espaço em sua forma final.

Telescópio James Webb
Fonte: Gifer, 2022.

O James Webb precisou ir todo dobrado ao espaço e somente começou a sua fase de abertura depois de alguns dias, durando alguns meses para ficar pronto para seu funcionamento. Durante esse período seus instrumentos foram sendo calibrados.

Telescópio James Webb

O Telescópio nos permite ver o passado do universo, pois estamos observando como era a luz de um objeto em determinado momento. Por exemplo, a Lua está a aproximadamente a 390.000 Km da Terra e a velocidade a luz é cerca de 300.000 Km por segundo, dessa forma, quando olhamos para Lua estamos vendo como ela era a 1,3 segundos atrás.

Dessa forma, quando olhamos para planetas, estrelas e galáxias, saímos da medida de segundos e passamos para minutos, horas e anos-luz de distancia. O luz do Sol do nosso sistema solar está a 8 minutos-luz de distância.

Os cientistas estimam que o universo possui cerca de 13,8 bilhões de anos, o Telescópio Webb tem a capacidade de observar próximo de 13,4 bilhões de anos-luz de distância, ou seja, vamos poder observar a formação de algumas galáxias próximo do inicio do universo.

O Telescópio Webb ficará a cerca de 1.500.000 km, no local conhecido como Ponto de Lagrange L2. A essa distância o James Webb fica fora da sombras da Lua e da Terra, dessa forma sua temperatura fica adequada para seu funcionamento.

James Webb Ponto de Lagrange L2
Fonte: NASA’s Goddard Space Flight Center, 2021.

Além disso, nesse ponto de Lagrange L2 as forças gravitacionais do Sol e da Terra se cancelam, fazendo com que o Telescópio tenha facilidade para ficar nesse local, com pouco esforço.

Primeiras Observações

As descobertas do Telescópio James Webb foram cada vez mais ganhando expectativas devido ao tempo e dinheiro aplicados nesse projeto, porém a espera valeu a pena. Em suas primeiras observações foram captados cinco pontos do espaço. Os alvos escolhidos foram o campo profundo do espaço, as Nebulosas de Carina, as Nebulosas do Anel do Sul, o espectro do exoplaneta WASP-96b e o quinteto de Stephen.

Campo do Espaço Profundo

O James Webb tem a capacidade de produzir imagens em infravermelho, com isso foi possível observar o aglomerado de galáxias SMACS 0723 com detalhes jamais visto até hoje. Esse nível de detalhamento possibilitou ver diversas de galáxias apenas com essa primeira observação.

Observações Campo do Espaço Profundo
Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI, 2022.
Nebulosas de Carina

A nebulosa de Carina se trata de um berçário estelar conhecida com uma das mais brilhantes do céu, e fica a aproximadamente 7.500 anos-luz da Terra. Desse modo, a observação do James Webb mostra uma região próxima de formação de estrelas apresentando um grande contraste devido a intensa radiação ultravioleta e ventos estelares.

Nebulosas de Carina
Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI, 2022.
Nebulosa do Anel do Sul

Com duas estrelas no centro, a Nebulosa do Anel do Sul apresenta camadas de gás que foram sendo expelidas durante o processo de transformação para se tornar uma anã branca. Esse termo é utilizado quando uma estrela chega no final de sua atividade, o mesmo que vai acontecer com o Sol do nosso sistema solar.

Nebulosa do Anel do Sul
Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI, 2022.
Espectro do Exoplaneta WASP-96b

Localizado a 1.500 anos-luz da Terra, o exoplaneta WASP-96b foi analisado pelo James Webb por meio da luz da atmosfera que passa sobre o planeta. Assim sendo, em seu espectro foi analisado a presença de vapor água em sua atmosfera, orbitando próximo a sua estrela o Exoplaneta WASP-96b tem uma temperatura aproximada de 537°C.

Espectro Exoplaneta WASP-96b
Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI, 2022.
Quinteto de Stephen

Por fim, o quinteto de Stephen apresenta galáxias em interação a milhões de anos. Dessa maneira, a poeira, caudas de gás e estrelas são puxadas de várias galáxias criando atividades cósmica ao redor. Essas interações permitem obter novas analises de como possivelmente a evolução do universo se iniciou.

Observações James Webb
Fonte: NASA / ESA / CSA / STScI, 2022.

Em resumo, a procura por entender o passado a muito é buscado por diversos cientistas, pesquisadores, engenheiros por meio de instituições e nações no mundo. Infelizmente o Brasil não teve participação direta no James Webb, porém temos um grande avanço se tratando de missões espaciais aqui em nosso país.

O James Webb ajudará a responder muitas das questões já existentes e também nos trará novos questionamentos, porém nosso desenvolvimento é feita dessa maneira. E você, já se questionou hoje?

Fontes: NASA, Webb Telescope, Correio Braziliense.

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