Quem faz parte da comunidade LGBTQIA+ sabe muito bem na pele o que passa diariamente: olhares tortos, preconceitos, violências de diversos tipos. Por isso é fácil concluir a dificuldade dessas pessoas em “saírem do armário” em ambientes de trabalho, afinal de contas sofrer certas coisas onde você tira o ganha pão é complicado demais.
Porém ainda existem pessoas que afirmam que esses fatores não reais, muitas vezes esse medo não faz sentido nenhum. Portanto, a Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (Unirio), executou um estudo na área. Vamos ver os resultados e ter um olhar crítico a respeito deles?
Números obtidos na pesquisa
Primeiramente, esse estudo mostrou que pelo menos metade dos LGBTQIA+ se escondem sua orientação sexual no seu ambiente de trabalho por medo da exclusão ou algum tipo de preconceito dos colegas. Além disso, há indicadores que 35% dos que se assumiram, tiveram algum tipo de discriminação velada ou direta.
Vale lembrar que apenas 13% dos LGBTQIA+ falaram que ocupam ou já terem cargos de diretoria, 15% afirmaram ocupar cargos de gestão ou coordenação e 54% ocupam cargos de analistas, assistentes e estagiários.
Pesquisadores revelaram que realmente há uma dificuldade maior para pessoas que fazem parte dessa comunidade, terem um crescimento na carreira apesar
O preconceito vai te excluindo. Você não é chamado para as reuniões, você não tem a mesma voz, o mesmo tipo de respeito dos seus pares. Essa LGBTfobia institucional vai tirando as oportunidades de crescimento da população LGBTQIA+, palavras de Eliseu Neto, um dos idealizadores da pesquisa.
Frutos da pesquisa
Graças a esses dados coletados, surgiu o Observatório da Empregabilidade LGBTQIA+ e tudo começou graças ao psicanalista e ativista da causa, Eliseu Neto. Esse observatório consegue mostrar dificuldades que a comunidade passa no mercado de trabalho e as mudanças necessárias para que isso aconteça.
A nossa ideia foi criar um observatório que pudesse dizer como isso acontece. Mostrar que é altíssimo o número de pessoas que não falam da sua orientação sexual, que tem medo de falar disso no trabalho e que sente a necessidade de esconder, porque entende o que é a homofobia e o que ela traz, diz Neto.
Importante lembrar que também foi relatado de 82% dos entrevistados acham que ainda faltam muitas ações nas empresas para que se tornem um ambiente acolhedor.
Por fim, é bom salientar que uma empresa com quadro de funcionários diversos sempre tem a ganhar, que a orientação sexual de uma pessoa não o torna pior profissional do que os demais. Certa vez li uma frase que me marcou muito e quem é LGBTQIA+ vai entender:
Quando se é da comunidade você precisa se provar em dobro do que os demais, tanto intelectualmente quanto como pessoa “decente” para convivência profissional.
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