Na ultima quinta-feira, dia 23 de junho, foi o dia Internacional da mulher na Engenharia e com uma programação bastante interativa, o CREA SP através do Programa Mulher, realizou um evento regado a histórias de mulheres incríveis. Que ressaltou também a importância da participação masculina na luta a favor da equidade de gênero.
Caminho para a Equidade de gênero
No início da noite a Presidente do Programa Mulher, a engenheira civil Poliana Siqueira apresentou as ações do Comitê e seus impactos dentro do Sistema CONFEA/CREA. Bem como mostrou a Cartilha do Programa que incentiva a participação de mulheres no Sistema, que ainda é majoritariamente masculino.
Esta Cartilha cumpre um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU que trata sobre equidade de gênero.
Em seguida houve a apresentação da SWE Brasil (Sociedade das Mulheres Engenheiras), uma Organização Internacional sem fins lucrativos fundada em 1950 e que atualmente possui mais de 40 mil membros pelo mundo. Um dos pilares da SWE é o STEM (Science, Technology, Engineering and Mathematics) que reúne excelência profissional e um ambiente inclusivo que empodera mulheres das áreas tecnológicas.
As Engenheiras Fabiana e Cristiane trouxeram suas experiências e visão de mundo de uma forma acolhedora e falaram como a SWE existe com o intuito de evitar que as futuras Engenheiras sofram o que as atuais Engenheiras sofrem de discriminação no mercado. Trazendo então treinamentos, oportunidades e conectando empresas a mulheres capacitadas tecnicamente.
Além disso, elas falaram sobre seus filhos, como as novas gerações ainda precisam aprender sobre equidade. Outro ponto foi como seus parceiros também são importantes nesse contexto, dando suporte e estando abertos ao empoderamento feminino.
Participação dos homens
Seguindo a programação, a CEO da Falcão Bauer, Engenheira Civil Patrícia Falcão Bauer, trouxe estatísticas de mulheres no mercado profissional. Abordou como ainda existem discrepâncias de responsabilidades em relação aos homens no dia a dia doméstico.
Por isso é importante a participação de homens nesse processo de conscientização, já que a parceria dentro e fora do ambiente profissional permite que as mulheres tenham uma jornada menos exaustiva e sobrecarregada.
Além disso, apresentou dados referentes ao índice de mulheres que são desligadas pós gravidez que ainda é alto no mercado, o que é um processo de empatia e respeito que devem ser desenvolvidos nas empresas. Ao mesmo tempo, ela ressaltou também como a maternidade pode andar junto a carreira, de modo que ambas sejam bem executadas.
Logo após, a Engenheira Ambiental Maria Constantino trouxe várias reflexões. Reforçou que as mulheres devem permitir que os homens sejam seus parceiros e como isso é importante na luta a favor da equidade de gênero. “Se o homem quer ajudar, deixa ele ajudar”.
É natural que muitas mulheres desenvolvam uma independência, ainda mais por conta da história e contexto social de repressão das mulheres em ambientes profissionais. Porém trazer os homens para caminharem junto é importante nessa mudança de cenário.
A Maria também trouxe uma reflexão sobre quantas mulheres são referência para outras mulheres. As antigas gerações que não tiveram oportunidade de trabalhar, estudar e se desenvolver profissionalmente, muitas vezes se sentem felizes ao verem mulheres hoje assumindo novas funções.
“Nós mulheres devemos nos sentar a mesa, ter coragem para falar e ocupar os espaços”.
Maria Constantino
A importância de ser você mesmo
Para finalizar, a Engenheira de telecomunicações Erica Alves num bate-papo com a Maria Constantino conversou sobre alguns desafios no mercado e inspirou os presentes falando como a liberdade de ser quem você é evita gasto de energias desnecessários. Pois sentir-se à vontade sendo uma pessoa Cis ou Trans, independente de orientação sexual no ambiente pessoal e profissional te deixa mais produtivo. Afinal você não precisa ser um rótulo a ser quebrado e justificado, apenas precisa ser você mesmo.
A presença da Érica foi inspiradora e trouxe reflexões referentes a realidade das pessoas transsexuais no Brasil e no mundo que ainda é muito difícil, a grande maioria ainda busca espaços e visibilidade no mercado. Além disso muitas pessoas não possuem o devido acesso a educação e apoio para se desenvolverem profissionalmente. Por isso, é inspirador e muito importante conhecer histórias como as da Érica que está inserida dentro da Engenharia e possui um currículo e experiência brilhantes.
Os espaços precisam ser ocupados por mulheres incríveis que por muitos anos não tiveram oportunidades nem voz e os homens são fundamentais nessa parceria. Pois, a equidade de gênero é uma luta que deve ser abraçada por todos.