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Curitiba, a cidade mais sustentável da América Latina

Com seus quase 2 milhões de habitantes, em 2010, Curitiba foi considerada pela empresa alemã Siemens e a unidade de estudos ambientais britânica The Economist, a cidade mais sustentável da América Latina. 

É provável que você, assim como eu, não sabia desse importantíssimo título que a capital paranaense obteve a alguns anos, confira o que a levou a esse patamar! 

Curitiba

Conheça um pouco de Curitiba 

Capital do Estado do Paraná, a maior cidade do Sul do país, Curitiba é considerada a localidade mais inteligente do Brasil, conhecida como centro cultural, a metrópole que possui traços europeus, muito presentes na gastronomia e na arquitetura da região. 

Opera de Arame em Curitiba
Opera de Arame
Museu do Olho projetado pelo Arquiteto Oscar Niemeyer
Museu do Olho projetado pelo Arquiteto Oscar Niemeyer
Jardim Botânico de Curitiba
Jardim Botânico
Parque Tanguá em Curitiba
Parque Tanguá

Além de tudo, ela se destaca pela qualidade de vida! 

Planejamento Sustentável 

A quase 40 anos, Curitiba se planeja de forma proativa para a progressão urbana da metrópole. Da mesma forma, desenvolveu um distrito industrial com grandes áreas verdes, e hoje são mais de 3.500 empresas espalhadas pela região. 

Em resumo, na década de 1970, o Plano Diretor da cidade, previa ruas, transporte público, comércio, áreas industriais e residenciais. 

Praça de Tiradentes de Curitiba em 1960 – Fonte: Prefeitura de Curitiba

E por isso, que a mais de três décadas, Curitiba é considerada um dos melhores lugares para se viver, e exemplo de cidade sustentável!

Sustentável dos pés à cabeça 

Curitiba está em 5° lugar no ranking das cidades com mais áreas verdes do mundo. São 16 parques, 14 bosques, mais de 1.000 espaços verdes urbanos e mais de 1,5 milhões de árvores plantadas em vias e estradas. 

Bosque Zaninelli abriga a Universidade Livre do Meio Ambiente – Fonte: @dicadeturista

Estima-se que para cada habitante existe 50 metros quadrados de área verde!

Bosque do Alemão

Além de tudo, 90% da população faz a reciclagem dos seus resíduos, e 70% do lixo da cidade é reciclado. 

Aliás, 93% da população conta com coleta e tratamento de esgoto, e 100% com acesso a água tratada. Enquanto isso, a cidade também possui estrutura de prevenção a enchentes e a escassez de água. 

Então, não é à toa, que Curitiba é exemplo quando se trata de desenvolvimento sustentável! 

De acordo com estudos do Instituto Santa Fé e da Universidade do Arizona (EUA), colocou a cidade no topo do ranking, que contava com outras 38 regiões metropolitanas no Brasil e 207 cidades da África do Sul.  

A principio, foi levado em consideração, questões que fazem parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU (Organização das Nações Unidas). 

Transporte Público e emissão de CO2 

Curitiba é modelo em mobilidade urbana no mundo. Em 2016, ela foi novamente finalista do prêmio internacional Sustainable Transport Award (STA), e recebeu menção honrosa do Institute for Transportation and Development Policy (ITDP).  

Fonte: Cassiano Psomas

Atualmente, a cidade conta com o sistema de ônibus de trânsito rápido, mais conhecido como BRT (Bus Rapid Transit). Como resultado, entre 70 e 80% da população é atendida em suas viagens diariamente, acarretando em 25% menos emissão de carbono per capita, comparado com a média brasileira.  

Transporte público de Curitiba

Implantado na década de 1980, foi se aperfeiçoando conforme o decorrer dos anos. E hoje, por exemplo, mais de 300 cidades no mundo já adotaram o modelo de transporte público, como Bogotá, Santiago e Califórinia 

Linha de ônibus da Praça Ruy Barbosa em 1974

A Rede Integrada de Transporte (RIT), conta com 81km de corredores de ônibus, em sua maioria operado por carros biarticulados que conectam os terminais integrados nos bairros da cidade.  

Esquema do Terminal de Integração de Curitiba

Sistema conhecido como Tronco-Alimentador, gerenciada pela URBS, contando com 465 linhas urbanas e metropolitanas, realizando quase 24 mil viagens por dia.  

Então, se acaso você visite Curitiba, e prefira um passeio de bicicleta, fica tranquilo, pois a cidade conta com 120 quilômetros de ciclovias, e além disso, é possível alugar bicicletas elétricas no Parque Barigui.

Bicicletas elétricas para locação no Parque Barigui – Fonte: URBS

Sistema Tronco-Alimentador 

Em pontos estratégicos da cidade, existem os terminais de transbordo/conexão, com seu formato tubular, as Estações Tubo em sua maioria possuem acessibilidade para deficientes físicos.  

Interior de uma Estação Tubo – Fonte: Gazeta do Povo

Cada ônibus possui capacidade de 180 a 250 passageiros, e o embarque é realizado em nível. Nesse formato, existe basicamente uma linha principal que faz a ligação centro/terminal de integração com capacidade ampliada de passageiros e horários.  

Estruturação viária de Curitiba – Fonte: URBS

Além disso, em períodos de pico, a frequência de partidas de cada veículo é de 2 a 4 minutos. O que torna muito mais rápido o deslocamento na cidade.  

ônibus nas ruas de Curitiba

Em suma, é importante citar, a integração físico-tarifária, onde o passageiro, anda com um ou mais ônibus pagando apenas uma passagem. Porém, a conexão com cada ônibus deve ocorrer nas Estações Tubo.  

Escassez de água 

Não poderia finalizar esse artigo, sem falar sobre os problemas enfrentados pela região no último ano, e que serve como exemplo de conscientização para várias cidades. 

De acordo com inúmeros noticiários, Curitiba vem passando por problemas com o abastecimento desde 2019. Porém, apenas em 2020, o caso começou a se agravar devido a séria estiagem que a região enfrentou. 

Consequentemente, foram muitos rodízios de 36 horas sem água e 36 horas com água. Os níveis dos reservatórios diminuíram drasticamente.  

Portanto a culpa é de quem? Da estiagem ou da falta de investimento em infraestrutura? 

Acima de tudo, não vamos pensar nessa situação de forma polêmica, e sim, tentar visualizar os dois lados da melhor maneira possível. 

É fato, que conforme a população vai aumentando, a demanda de água se torna proporcional. E automaticamente, necessita de novos e maiores investimentos com a captação e distribuição de água. Essa atitude, vem diretamente dos órgãos prestadores do serviço. 

Por outro lado, o outro fato é, que se não tem chuva, as bacias hídricas secam, e automaticamente não se tem água o suficiente para se captar.  

Viu só! É difícil apontar para um dos lados. Não é mais fácil usarmos essa situação de exemplo para sermos mais SUSTENTÁVEIS?  

Ou seja, não é porque pagamos, que podemos esbanjar. Racionalizar é rotina, a água é um bem não renovável, vulnerável e de suma importância para a sobrevivência do ser humano! 

RESPONSABILIDADE SOCIAL E PRESERVAÇÃO AMBIENTAL, SIGNIFICAM UM COMPROMISSO COM A VIDA! 


Semana da sustentabilidade no Blog da Engenharia!

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